segunda-feira, 17 de abril de 2017

Quarto 1809

Trancou a porta e me agarrou. Senti um tremor  que não tinha nada a ver com o álcool percorrer meu corpo quando beijou meu pescoço. Sorriu e me largou. Examinamos o quarto e nos acomodamos, sentei em um sofazinho próximo a janela. Do 18° andar, eu via a orla e quase todos os lugares que havíamos passado durante o dia. "Maluquice" - eu pensava e sorria para a minha completa falta de juízo. Ao passo que se livrava das roupas cheias de areia da praia, me ofereceu mais uma lata e aceitei, abri enquanto observava tirar a camisa e revelar a pele negra, um corpo magro. Eu ainda sentia em meu pescoço a quentura do beijo que havia recebido há pouco. Olhou para mim com um sorrisinho. Eu estava meio tonta, então não arrisquei dizer nada, apenas sorri de volta. Acomodou-se ao meu lado no sofá e passou a observar o mar. Eu sentia seu cheiro de muito perto, e tudo ficou mais intenso quando descansou suas costas nua em meu peito. Olhou meu rosto e me beijou, senti o gosto da cerveja quando me beijou brevemente. Enfiou suas mãos por baixo de minha camisa e intensificou o beijo. Então tudo ficou turvo. O álcool, o cheio, o beijo... Parei de pensar, nossos corpos quentes do sol, tinham urgência.
A janela aberta deixava entrar uma brisa fria, mas eram as mãos quentes que faziam meu corpo tremer. Eu me divertia com minha maluques, com o álcool que fazia girar minha cabeça, com as mãos, abraços e beijos quentes. Olhei o mar pela última vez antes de fechar a janela. Então me puxou pelo braço e me jogou na cama. Agarrei seus cabelos curtos, e...
 
 
 
 
... O que acontece em Santos, fica em Santos (e na memória).
 
 
 
 
"Faça amor comigo
Até a última canção
Não diga que é pecado
Me leve pra ser livre"
 
 

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